segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Teoria dos Quatro Temperamentos - Tim Lahaye


Hipócrates ( 460a 370 a.c), é frequentemente chamado de pai da medicina. Sem dúvida, ele foi o gigante do médico da antiga Grécia. Ele nos interessa por duas razões:
1- Geralmente atribui-se a ele o fato de a medicina passar a preocupar-se com os problemas psiquiátricos;
2- Ele reconheceu as diferenças de temperamento das pessoas e apresentou uma teoria que explica tais diferenças. E, Baughman e George Welsh  avaliaram da seguinte forma a sua contribuição: " O mundo antigo estava côncio das grandes anomalias de comportamento, mas geralmente as atribuia a intervenção dos deuses, e assim, não podia estudá-las com objetividade. Hipócrates, porém se opunha ao sobrenaturalismo defendendo a ideia de uma orientação Biológica, assim, desenvolveu uma abordagem empírica à psicopatologia.
Sua maior força estava talvez na exatidão de suas observações e em sua capacidade de registrar científicamente as conclusões em que chegava.
Na verdade, muitos de suas descrições de fenômenos psicopatológicos permanecem válidas. Portanto, Hipócrates marcou inicio de uma abordagem cuidadosamente observadora da personalidade anormal, abordagem que um dia seria aplicada ao estudo da personalidade normal.
Como o resultado de suas observações, Hipócrates destinguiu os quatro temperamentos: o sanguíneo, o melancólico, o colérico e o fleumático.
De acordo com Hipócrates o temperamento da pessoa dependia dos humores de seu corpo: sangue, bilis preta, bilis amarela e fleuma.
Hipócrates começou por observar as diferenças de comportamento, formulando finalmente uma teoria que explica essas diferenças. A teoria era bioquímica em sua essência, e embora a substância da mesma tenha desaparecido, permanece ainda conosco a sua forma. Hoje, porém falamos de hormônios e outras substancias bioquímicas, em vez de humores, substâncias que podem induzir ou afetar o comportamento observado.
Emmanuel Kant, filósofo alemâo, foi provavelmente o que mais influência teve na divulgação da ideia dos quatro temperamentos na Europa. Embora incompleta a sua descrição dos quatro temperamentos em 1798 foi bem interessante.
No fim do século XIX, o estudo do comportamento humano recebeu novo impulso com o nascimento da ciência denominada psicologia.
O doutor W. Wundt muito provavelmente influenciado por Kant, pois ele também aceitava a teoria dos quatro temperamentos do comportamento humano. Ele fez exaustiva experiências tentando relacionar esses temperamentos com a estrutura do corpo, o que o levou ao estabelecimento da psicologia biotipológica, ou seja, atribuição das características do comportamento do individuo ao seu tipo físico. Esse conceito que encontra muitos seguidores, reduziu ao final a três, os tipos de personalidade, para dois os tipos, numa classificação mais popularmente conhecida como: Introvertido e Extrovertido.
Sigmund Freud com suas pesquisas e teorias da psicanálise tiveram efeito eletrizante sobre o estudo da personalidade. Freud e seus discípulos refletiram sua obsessão pela ideia de que é o meio ambiente que determina o comportamento do individuo.
A cerca de 12 ou 13 diferentes teorias de personalidade. A teoria dos quatro temperamentos é, provavelmente mais antiga. Não é perfeita, nenhum conceito humano o é. Porém ajuda a pessoa comum a examinar-se através de um processo sistematizado e melhorando através dos séculos. Ela não resolverá todas a duvidas que você tenha sobre si mesmo, mas propiciará mais respostas do que as outras teorias.
A teoria dos quatro temperamentos é um instrumento valioso para auto-compreensão. Mas, como qualquer ferramenta, pode ser usada erradamente, que fazem mau uso desse conceito, prejudicando a si mesmas e a outros.
Alguns estudiosos da personalidade tem ocasionalmente externado o conceito, aplicando-o indiscriminadamente à pessoas que encontram. Não se contentando em apenas examinar e guardar para si as conclusões. Eles fornecem a essas pessoas, sem cuidado algum, informações sobre seus temperamentos, delineando-lhes as fraquezas próprias características. Assim pessoas incompatibilizam-se com seus familiares e seus companheiros de trabalho por apontá-lhes os traços desfavoráveis do temperamento, expor-lhes os defeitos e, dessa forma, humilhando-os.

Adaptado de:  Temperamentos Transformados (livro)

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